Depois de apenas 21 meses de abertura ao público, onde mais de 600 bandas fizeram shows inesquecíveis em nosso mezanino e no nosso porão, além de exposições, peças de teatro, oficinas, projeções/exibições, gravações, festas de lançamento de livros, discos, feiras/bazares, festas de aniversário - inúmeras noites de alegria e troca de ideias num ambiente onde muitas amizades foram feitas e muitas partidas de sinuca foram jogadas, muitas canções foram tocadas na jukebox, muitos projetos idealizados, beijos trocados etc; enfim, podemos dizer que fomos muito felizes por iniciar tudo isso.
Suamos muito pra conseguir: o direito ao ponto; todos os documentos em dia (CNPJ, Inscrição Estadual, Inscrição Municipal, vigilância sanitária, alvará/licença de funcionamento); toda a estrutura montada (equipamentos, seguro, dedetização); colaboradores confiáveis e prestativos, que se tornaram amigos e trabalha(ra)m duro pelo Walden; clientela fixa e crescente e numa localização central.
Conseguimos sanar as questões estruturais do imóvel (isolamento acústico, encanamento, elétrica etc).
Conseguimos também resolver o problema do barulho na calçada de madrugada que incomodava os vizinhos.
Construímos uma boa relação com fornecedores e chegamos a recusar propostas.
Por mais uma dessas com que a vida nos faz deparar, estivemos grávidos e agora temos a pequena Laura entre nós, a quem damos muito amor e cuidado.
Assim que descobrimos a gravidez, tínhamos pensado que seria tranquilo continuar com o Walden, mas os dias foram passando e percebemos que cuidar de dois filhinhos com necessidades e características tão diferentes não seria nada fácil...
Além disso, convenhamos, não somos empresários profissionais, não somos businessmen.
Desde o início não pensamos usando a lógica comercial e/ou marketeira vigente na noite paulistana.
Deste lado do balcão pudemos perceber muito, e ao invés de nos submetermos aos ditames seguidos por outras casas, nos mantivemos firmes em nossos princípios.
Não tivemos sorte com sócios, isso sim é verdade.
Se tivéssemos tido no primeiro sócio alguém contribuindo conforme o acertado no contrato social, certamente teria sido diferente, para melhor. Ao invés disso o tal sócio, que não cumpriu o contrato social, só concordou em ceder as cotas dele depois de arrancar dinheiro da gente.
Depois apareceu um outro sócio, que apesar de ter cumprido parcialmente com o investimento acertado, se tornou ausente.
Mas os pais da Laura investiram tudo o que puderam, tudo mesmo.
A nossa ideia era fazer com que o Walden fosse ficando cada vez mais forte com o passar dos anos. Sim, muitos anos.
Esperamos ter contribuído para a cena independente/underground de São Paulo da melhor forma possível por conta desses 21 meses de atividade. Vocês todos que se apresentaram, organizaram eventos e/ou frequentaram (n)o Walden, vocês são incríveis!!!
E nós vamos iniciar outros projetos em outros lugares/em outros momentos e sentiremos muita saudade do Walden!
Valeu!
Para quem quer saber mais a respeito do EC Walden (como surgiu a ideia, como foi o dia-a-dia etc) e tambem para entender mais sobre o fechamento (alem dos desabafos de Cesar Zanin), aqui alguns links:
O anuncio do fim do Walden foi feito nos ultimos dias de 2013 por meio de um post no facebook, aqui:
.